segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

Tum tum pá, tum tum pá... dilacera o coração da menina.
Menina que nem sabe bem porque tem o coração ba ten do nesse compasso, nessa batida.
Ele veio manso e ganhou espaço. Ela se foi mansa e deixou o espaço ali, sem ninguém ocupar.
Inflou-se de outro sentimento e se esqueceu do espaço aberto. Pois menina, o tempo cobra e com juros.
O sorrisão já não existe mais, não daquele jeito. As músicas ainda falam por si. As músicas ainda falam.
E eles hoje se encontram como no começo de tudo. Mudos, mumificados. Um nem aí proutro, praqueloutro. No fundo é ela que confunde a cabeça, quem confunde-se a cabeça. Funde. Fode com tudo. Ela que sempre foi de meias palavras, dessa vez foi de nenhuma e pecou por isso. Perdeu um pedaço de um eu que havia esquecido que tinha. Do eu que corre no parque, toma açai no fim do dia e vibra com o estalo dos pratos. Se foi. Mas continua nas melodias que ecoam a noite. Antes ou depois de adormecer. Ao som. Aos sons. Que só o menino e a menina, por mais que compartilhem, entendem.

(Tudo pra ser eu quem fala, mas foi em 2004. Voltei aqui.)
Pra ouvir: